Textos diversos

Sem título 8

Da grama faço berço. Olhando um céu que nem as estrelas quiseram habitar. Tão vazio quanto qualquer sentimento que eu pudesse ter nesse momento. A fumaça de meu cigarro faz miscelânea com o nublado cortejo de nuvens que escodem a lua, esta que seria única fonte de luz que poderia me salvar da escuridão, tanto física quanto de meus pensamentos.

O fundo do meu copo de whisky é como uma bola de cristal de efeito reverso – visando o passado. Seu rosto alegre sorri pra mim como uma doce criança. Todo sorriso que quis ver a cada minuto em que pensava em você. Todo o dia me culpa a certeza de ter feito desse sorriso uma súbita lembrança que agora se esvai em meio ao meu momento de vício e fraqueza. Na última gota rala de álcool seus olhos verdes me olham tristes, uma tristeza que sei que minha maldição de ter você e meu passado e presente incerto me tiraram. Saber que todo mundo tem piedade do sonho de todos. Todo mundo tenta se redimir. Mas eu não. Eu mereci isso.

Que vá ser livre, que vá viver. Que seu sorriso continue. Que sua boca ainda exale doces palavras. Que seu perfume se misture a primavera e que seu calor salve alguém no frio. Mas que meu pensamento voe até você com a suave brisa. Que você saiba que ainda estou aqui, mesmo sabendo que você não virá como um súbito anjo como foi naquele dia que precisei de você. Mesmo sabendo, que você não vai aparecer em noites como essa pra me trazer a luz. Mesmo sabendo que você se vai, lentamente…

Nas espirais do meu cigarro.


Odalisca

Sob a luz do sol de um dia medíocre; Daqueles que sabemos que tudo acabará bem (ou pelo menos queremos acreditar nisso), uma imagem toma a minha mente enquanto a brisa toma meu resto que há muito já não é tão delicado quanto você insistia em dizer.

Uma infinita lembrança é o único motivo que me tira o prazer do meu dia de hoje, de não ser medíocre tanto quanto gostaria que fosse. Tua face me toma de ímpeto e num turbilhão de sentimentos me engasgam em palavras que sequer foram pensadas. Sei que você precisou ir embora naquele dia ensolarado de verão. Sim, ensolarado, pois me tiraram até mesmo a alegria de uma cena chuvosa do mais clichê filme de amor. Seu rosto frio era imutável, mas teus olhos me disseram todas as juras que jamais alguém escutará. Num ato de misericórdia desvio o olhar para não me perder. Permito-me calar, para que de minha boca nada que e atingisse fosse proferido. Mas, mesmo assim, permito-me um último e desesperador toque de lábios.

Devaneios desse toque me lembraram teu sorriso ao me acordar. O toque de tua pele enquanto entrelaçados estávamos no mais pleno berço de ternura. Naquele momento, o mundo parava e enfrentávamos o destino face a face. Meu corpo respondia aquela tua valsa triste e melancólica de despedida. Me sentindo amado pela noite me entreguei, deixando parte de meu corpo e de minha alma para que você então continuasse na mais cruel das despedidas. Me entreguei.

Vá com a sorte, odalisca. Valse tristemente e não se esqueça nunca mais do belo soneto que compusemos juntos para acompanhar as tuas danças, enfrentando teu destino.


Sem Título 6

Sentado olhando a folha de papel. Em vez de imaginar uma tela com infinitas possibilidades, só vejo uma claustrofobia enjaulada em um quadrado branco. De inúteis rabiscos e rascunhos sem sentido saem palavras de ódio e amor, a linha tênue que nem o mais corajoso dos hercúleos ousa propositalmente atravessar.

Me paro fitando as estrelas da janela e a brisa fúnebre que parece vir a me acalentar. Na minha cabeça, nenhum pensamento importante, ou assim prefiro acreditar.
Me repreendo por lembrar de seu rosto e me odeio por lembrar de seu corpo. Me sinto inútil, amordaçado e dilacerado em minhas entranhas com a sua lembrança. Não sou tão forte para lutar contra isso.

Talvez nunca fui forte, talvez só precisava ser e agora que te vejo distante volto a fraqueza de quem espera um grande amor e não precisa mais fingir. É um vendaval. É a varanda. É a lembrança é a paixão.
Não seguro mais em minhas mãos o calor de outrora, proporcionado pela sua delicada fonte de amor.

Lembro de tudo e… Não! Devo parar! E será possível parar no olho do tornado? Será possível recolher os restos da tormenta mais sombria de meu ser?

E na guerra de sua ausência, perco mais uma batalha. E na guerra do meu ser, perco a vida. Ausência sentida.


Desabafo a Filotes

E como um vento veio…  Como um vento vai. Um vento que veio ao bater da borboleta vai como um perigoso furacão. Pura teoria do Caos. E ao pensar que achava alguém pra correr ao lado para o resto da vida, tropeçou aos primeiros passos… E ao contrário da maioria das vezes  não estou dizendo nada mais que pura amizade. É, é muito estranho e angustiante quando deixamos alguém entrar tão fácil na nossa vida e nos consumir, não sei se é pura fragilidade minha, mas eu consigo, e te deixei, te entreguei a fragilidade do meu momento e você esteve comigo… E assim pedi que permanecesse. Porém, quem sou eu perto do que é a imensidão do destino, sim, apesar de cético em alguns pontos, algumas coisas como isso que vão a caminhos contrários à vontade e a tudo que tentei manter me levam a crer que de nada servimos a não ser para ser marionetes do destino. Mas é isso, e é apenas isso… A corrida é sempre árdua, e o primeiro obstáculo derrubou ambos, mas na hora de levantar, ninguém estendeu a mão a ninguém.
E ao que parece em primazia, assim ficará… Mesmo que nenhum orgulho do mundo compre o respeito e a admiração que cultivei e levo de ti. E que se lembre de que posso ter errado, mas que tentei, e que te quis bem, como ainda irei querer em segredo.  E para quem acredita que o tempo é que rege verdadeiros sentimentos afetuosos, eu tive a prova que é engano, porém de nada adiantou. E assim vai… Como um vento, que ao acelerar causa dor como um furacão.

Sincero e Ternuroso,

Mário CoppinI”


Kairós

Passava das quatro horas, mais de duas horas do horário que haviam marcado. Era uma tarde típica de filme, a chuva caia com força, como um lamento de todos os anjos, as trovoadas compunham uma sinfonia grave no ambiente, o céu era mais cinzento que a fumaça dos ônibus que Ela via passar na rodoviária que se encontrava. E lá estava Ela, entediada, tamanho descontentamento já nem procurava mais olhar os ônibus que passavam um a um, mesmo sabendo que quem aguardava chegaria em um deles. Quem a olhasse claramente notaria a intenção de um encontro, estava bonita em sua roupa de moda, maquiada no melhor de seu estilo e produzida em mínimos detalhes; De longe sentia-se seu perfume doce.

Permanecia sem esperança, mas firme,quando, de dentro de um ônibus que nem notara desce um menino estranho e franzino, fora de qualquer padrão de beleza. Ele usava um blusão desses longos e largos, que se utiliza para ficar em casa receando ser visto por alguém enquanto estiver vestido daquela maneira. Esta peça, tapava-lhe quase o corpo todo devido a sua baixa estatura. Ele avista à menina fácilmente, radiante de tante beleza; Em sua mente voltam os antigos pensamentos de ser digno ou não dela. Timidamente Ele se aproxima dela e a cutuca:

– Oi. Disse Ele.

– Você está louco?  Isto são horas? Responde Ela, esbravejando

– Desculpe… eu não queria….

–  Onde é que você estava?! Ela interrompe

– Muita chuva… Responde Ele tentando mudar de assunto.

– Você sabe muito bem que em nada interferiria a chuva neste caminho do ônibus, apesar de ser longe.

– Tem razão… Diz ele, sem jeito por ter dado uma desculpa.

– E outra, eu estou toda arrumada, fiquei horas me arrumando, você põe só um blusão e acha que está certo?! Você não tem vergonha? Ela esbraveja.

Ele procura palavras para responder, mas Ela continua:

– Claro que não tem né! Onde já se viu? Você tem algo a dizer?

Entristecido e timido Ele abre o zíper do blusão, por baixo vê-se uma roupa social muito elegante, claramente nunca antes usada. Suas vestes estão totalmente ensopadas e empapadas, como se ele tivesse acabado de naufragar. Desajeitado, Ele tira do bolso interno uma flor com pétalas debilitadas pela água excessiva, olha para a garota a sua frente e em umm gesto reverente  estende as duas mãos oferecendo a flor.

Em seguida diz:
–  Sim, me desculpe amor, resolvi parar para te comprar uma flor…

E em um tímido “Kairós” para Sofista nenhum reclamar, o mundo desaba para Ela.

Mário Coppini”


Sem título 2

05:40.Sentado, levemente consciente. Apenas apertos que continuam corrente… Nada com uma filosofia sobre a vida, nem com vontade de fazer um verso sequer, apenas vontade de escrever. Pra que escrever sozinho, se com você não expresso metade dos meus pensamentos? É talvez uma vil tentativa de fuga, ou talvez o entendimento que eu nunca vou ser nada perto do que você mereça. Mesmo assim tento estar junto sem estar… Apenas tentando suprir o que ainda não entendo se são falsas expectativas.

Lembrar-te é a mais prazerosa tortura, é a abstinência do mais pesado dependente, onde por ora tão fácil alcançar, é na verdade a maior das distancias. Devia eu parar de procurar? Sem mais noites, sem mais dor… Mas como? Se você está em tudo, ou até em mais que tudo?

Destruindo todo o templo que minha vida inteira construí em meu interior, onde o mesmo – frustrantemente – se corroeu com a facilidade de castelos de areia ao vento. Eu me importei… E mais que tudo.. Amei… E se me perguntarem o que eu fiz, simplesmente direi que amei… E ainda amo, apesar das incertezas.
Talvez em minha ausência fique tudo bem, talvez não devas me seguir ao desconhecido… Pois o desconhecido ao mesmo tempo que apetece os aventureiros, destrói os tolos, eu só peço que não se esqueça, e até arrisco pedir que chore em minha ausência, pois a lagrima é o maior presente da saudade.

Termino com apenas a certeza que eu não te verei esta noite…

Mário Coppini”


Aos mestres, com carinho.

O conceito de mestre se perde ao tempo. Hoje, qualquer pessoa que acha que entende superficialmente de algo simples, que se utiliza do empirismo e do senso comum para buscar sua aprendizagem se (auto) intitula mestre, e o pior de tudo é ver pessoas que concordam com essa intitulação. Não sei se meu conceito está superficial, mas acho que existam mestres que nem ao menos tenham conhecimento sobre algum assunto, ou até tenham mas não avançado. Mestre para mim é aquele que guia seu discípulo sobre um caminho de escuridão, por mais que não saiba por onde seguir consegue dar a luz para que seu aprendiz possa seguir por conta própria. Hoje, acredito que o conceito de submissão sobre aquele que ensina é totalmente falha, pois aquele que realmente deseja ensinar, equipara-se ao nível em que leciona, sendo assim atingindo o equilíbrio.

A meu ver, o conceito de maestria vem com o nascimento, visto que aquele que te cria, mostra o caminho da escuridão da vida aos primeiros tempos. O conceito de criação, nada mais é que a maestria de fazer com que o discípulo siga por conta própria no mais escuro e longo caminho que é a própria vida. Já ao mestre, cabe dar todas as ferramentas a os argumentos para que seu aprendiz – quando se sentir pronto – continue, e posteriormente se torne o professor de outros.

Se seguirmos ao meu conceito, nunca se haverá apenas um mestre para cada, talvez seus amigos sejam seus maiores mestres, ou seus familiares, ou pessoas que aparecem para nós como do acaso. Talvez a vida seja feita em sua totalidade de maestria/aprendizagem pois aquele que ilumina um facho escuro em qualquer das áreas conceituais, já expressa-lhe a confiança que um aluno deve ter ao seu professor e vice versa. Sendo assim, o mundo caminha a perfeição, apesar de nunca atingi-la, um mestre de outro.

Termino esta pequena filosofia agradecendo a todos os meus mestres, que compuseram com certeza o que sou hoje. Aquele que diz que é o que é, simplesmente porque quer ser, e porque decidiu ser, sem embasamento, é um próprio mentiroso e enganador.

Mário Coppini”


Sem Título

Em tempo que desreina o bom e o senso, a percepção e os sentidos, ambos permanecendo abstratso e falhos como a mais arrogante percepção da beleza mundana. Que passa de tempo em tempo, de vista em vista, de chakra em chakra sem nunca entender a ignorância do equivoco comum. Tão falho quanto às lições deglutidas por sábios incoerentes a qual se contradizem em paradoxos inexistentes a si mesmo, confundindo sapiência a insanidade e denigrindo de heroicos a vermes. Uma filosofia vã a qual não se situa em face de pendulum algum.

Questões enraizadas em bases infundadas, a qual me pergunto a utilidade das mesmas, que permanecem a escarrar em próprias ideias e ideais, e que socializam de cabeça em cabeça compartilhando assim das mesmas lacunas vagas e banais de um raciocínio ilógico. Procura a auto satisfação e encontra a mais terrível solidão a devaneio, procura o amor e encontra o ódio em toda sua essência e procurando vivência encontra os trigos secos, de morte.

Robotizada em mãos controladoras, vai cedendo progressivamente tudo que lhe é sacro a fins sem rumo, sem destino e sem sucesso, como todos aqueles que por modo benfeitor se apoderam de uma limpa consciência a fim de inutilizar a sujeira de sua própria. Não me sinto mais tudo que pensava, nem tudo que desejava…me sinto… vivo em um filme sem roteiro,e sem título.


Redenção – Romance

Parado. Sozinho. Com uma reflexão ele percebe que pela primeira vez na vida se sente rejeitado, percebe a veracidade de um ditado que tomava como estereótipo falho: “homem não chora”, resolve então observar o paradoxo existente entre ele. Conclui, numa pena desnecessária, que um homem deixa de prantear, para sangrar.

Cerra seus punhos em sinal de desaprovação da cena que acabará de protagonizar. Percebe quão falha para com seus princípios a atitude foi. Não! Policia-se a acreditar que era tudo culpa dela. Claro, ela que causou tudo isso, ela que me provocou! E cada vez que repetia isso, ouvia o tique taque do relógio batendo pesado, que soava como móveis arrastados no sótão, e sentia as badaladas como pancadas internas, pancadas em seu próprio ego.

Até então, não sabia o que era ser colocado em segundo plano, e jurava nunca aceitar tal ação. Não entendia porque ela havia falado com ele daquela maneira, não sabia o porquê da distância que haviam tomado, sua mente perturbada atrapalhava a clareza como a neblina atrapalhava o luar daquela noite. Tudo que conseguia lembrar, era dos momentos de estase a qual mecanicamente acariciava sua pele pegando fogo, gozando de um momento superior aos orgasmos causados pela heroína que circulava em seu corpo. Percebia… que mais uma vez um momento que poderia dar certo para eles havia se perdido e que cada vez que eles discutiam, se aproximavam do último. Em um ímpeto, resolve tirar a última satisfação, e agora tem a certeza de que nada mais adianta.

Ele olha para sua mão, ensanguentada, e fita pela ultima vez, a pupila dilatada daquele cadáver inerte, jurando nunca mais ser rejeitado.

Mário Coppini”


Subjetividade de Pilatos

A mordaça lacerante aperta mais uma vez teu estilhaço em expressão.
Abafado sobre o tom reclamante que de ciclo em ciclo descarrilhante, encontra um refrão.
Deixa-me sem palavra sem argumentação.
Amarrado a seu calcanhar padeço que de vida em vida é mais que pareço, apenas observação.

A mordaça dilacera, pouco agonizante, agora muito mais que esperava.
Melancolia, dor purificada que hora coroe como quem não quer nada, tudo que apegava.
Estacas áureas e traiçoeiras encrava
na tua pele fria de feridas, que sem piedade destrói vidas, enquanto me acertava.

A mordaça aprisiona, aperta, machuca, lesiona, tudo que não era tocado.
Imperfeito do fim ao começo, nunca te pedi apreço, pelo que fui ovacionado.
Apodera-se da impotência, silencio acentuado
Que termina verso antigo, um grande amigo, permanecendo crucificado.

Cadência…
Flagro-me totalmente arcano
Estudando o que antes divino, é profano.
Procurando ausência.

Mário Coppini”


Lembranças 1

Ambiente. Odores. Cheiro de teu perfume, de teus cabelos negros. Perplexo. Toques. Tato, de suas mãos sedosas, de seus dedos aveludados. Alma. Coração. Acelerado, de sua querência venosa. Suor. Frio. Repulsa de solidão. Perdido em um entrelaço tóxico de paradoxos, que se sucede mais e mais frustrante a cada badalada. Atento ao ruído silencioso que a noite proporciona a mais pacata sonoridade, sentindo no corpo a mais suave manifestação do vento.

Estranhamente ampliados, os sentidos me envolvem de maneira tocante. Os olhos fechados proporcionavam-me mais visões do que poderia aberto, seu perfume inebriante que me fixava a uma nebulosa de odores, o gosto de teus lábios que me viciava a cada provação, teu toque, tão macio que me passeava sem qualquer tipo de prudência , abafado pelo contato labial, ouvia-se curtos porém intensos gemidos, que a mim soavam como monstruosas e animalescas manifestações do mais puro e livre amor.

Doce enganação… Perdido no tempo, reestruturado fragmentos da minha vã lembrança.. Que hoje, não se distingue o que é o real e o que é ilusão…

Mário Coppini”


Mineiros: Exemplos de liderança, companheirismo e patriotismo.

Nos últimos tempos a mídia tem passado a nós – que assistimos atônitos – ,o caso dos trinta e três mineiros que foram soterrados quando trabalhavam numa mina de cobre e ouro no deserto de Atacama, localizado no Chile. Além da tenebrosidade casual, algo me chamou a atenção: o modo natural como foi organizado a “estadia” dos mesmos na Mina de São José. Refiro-me, a valorização grupal e individual, organizativa e hierárquica que se formou. Onde aqueles que eram dotados de maior conhecimento e preparo psicológico, entretiam o grupo a fim de motivá-los ,dando-lhes esperanças para o fardo que carregavam.

A união do grupo, foi fundamental  para a sobrevivência , dando (novamente) certezas claras ao mundo, que o trabalho em equipe é superior ao trabalho individual. Apesar da situação que se encontravam, diariamente sentavam-se a uma mesa para discutir a atual situação, mantendo-se racionalizados sobre a realidade decorrente, tendo assim, como única opção o otimismo. Essas reuniões, nos remetem a um dos assuntos interessantes que é a hierarquia formada, pois as mesmas, eram “presidiadas” por um líder e um sub-líder eleito pelo próprio grupo com o propósito de organizar o que precisava ser organizado.

Foi constado a importância de um líder forte psicologicamente , que pudesse acalmar a angústia local, salientado a importância que devia permanecer o mais imparcial sobre a situação, para que os demais, sentissem uma segurança motivadora, que passava de um a outro, enchendo assim o grupo de esperança. Vemos novamente, a comum importância de um líder inspirador.

Enfim, nesta terça feira, dia doze de outubro, iniciou-se os resgates. Estes que nos deram mais uma lição de liderança, companheirismo e patriotismo. Foi designado a ordem de retirada pelos próprios mineradores, onde ficou-se instituído que alguns daqueles que estavam com a saúde física e mental menos debilitada, sairiam primeiro, pois teriam condição de reportar qualquer problema de saúde ou da operação em geral para os responsáveis, de tal maneira que aqueles que os sucederiam com a saúde mais abalada, teriam total segurança no trajeto da Cápsula Fênix. Ações essas, que contrariaram  -na minha concepção-  o pensamento de muitas pessoas que acreditavam na desorganização proveniente da suposta afobação momentânea, supunham que não teria sequer lógica de ordem, ou que esta, seria por idade priorizando os mais idosos. Por último, será retirado o líder da equipe, onde mantendo essa postura de comando, sairá após acompanhar e auxiliar primeiramente no resgate dos seus companheiros.

As emoções na saída, não se restringiram apenas no encontro com os familiares, mas também surpreendemente, no patriotismo. Ao sair, os mineradores fizeram questão de tremular bandeiras de mão do Chile, e de entoar um grito conhecido mundialmente por ser declamado para torcer em jogos da seleção de futebol chilena. A questão é, que mesmo o país não fazendo esse resgate sozinho e sim possuindo ajuda internacional (até mesmo da NASA),não se rebaixou a honraria do Chile por seus moradores, onde antes do resgate, entoaram um belíssimo coro que tinha como trilha sonora o hino nacional, como forma de adquirir forças para o trabalho que se seguia.

Mário Coppini”


Bem vindos.

Bem vindos ao meu novo blog,onde aqui colocarei pensamentos e textos analíticos sobre assuntos diversos.